terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Os Lusíadas - contextualização V

Os Lusíadas

            Os Lusíadas são uma epopeia de imitação, uma vez que é uma obra elaborada à luz das epopeias homéricas, todavia a influência homérica é indireta, uma vez que a real base de imitação de Camões foi a Eneida de Virgílio.

            As epopeias cantam sempre as glórias de um estado organizado, surgindo portanto em épocas de grande pujança e glória dos povos cuja história é contada.

            O objetivo da realização d’ Os Lusíadas, para os humanistas, era a exaltação da língua portuguesa e a descoberta geográfica do mundo. Camões propôs-se a conferir aos feitos portugueses uma categoria universal e a enobrecer a língua portuguesa através da realização do género literário considerado superior.
            Os Lusíadas são realizados sob um duplo entusiasmo: exaltação dos feitos nacionais e sedução das formas clássicas.
Camões foi um homem do Renascimento, formado na cultura humanista, mas ao serviço de uma ideologia cavaleiresca e de um destino pátrio – dilatação da fé e do império. Os Lusíadas estão imbuídos de uma perspetiva cavaleiresca, uma vez que são supervalorizados os feitos guerreiros e os episódios de amor.

A descrição da natureza física é uma característica clássica. A natureza surge como objeto de contemplação, como observação das leis da natureza – o saber de experiência feito.

            O herói d’  Os Lusíadas é o povo português (herói coletivo) e não Vasco da Gama (herói individual) - «Eu canto o peito ilustre lusitano».
            Segundo António José Saraiva “Os heróis perdem a força e o relevo, em proveito de um destino, ou providência, noção abstrata com que se justifica transcendentalmente o estado. Tornam-se agentes involuntários, portadores de prenúncios, e apagam-se como individualidades.”

Sem comentários:

Enviar um comentário