Os Lusíadas
Os Lusíadas são uma
epopeia de imitação, uma vez que é uma obra elaborada à luz das epopeias
homéricas, todavia a influência homérica é indireta, uma vez que a real base
de imitação de Camões foi a Eneida de Virgílio.
As epopeias cantam sempre as glórias
de um estado organizado, surgindo portanto em épocas de grande pujança e glória
dos povos cuja história é contada.
O objetivo da realização d’ Os
Lusíadas, para os humanistas, era a exaltação da língua portuguesa e a
descoberta geográfica do mundo. Camões propôs-se a conferir aos feitos
portugueses uma categoria universal e a enobrecer a língua portuguesa através
da realização do género literário considerado superior.
Os Lusíadas são realizados
sob um duplo entusiasmo: exaltação dos feitos nacionais e sedução das formas
clássicas.
Camões
foi um homem do Renascimento, formado na cultura humanista, mas ao serviço de
uma ideologia cavaleiresca e de um destino pátrio – dilatação da fé e do
império. Os Lusíadas estão imbuídos de uma perspetiva cavaleiresca, uma
vez que são supervalorizados os feitos guerreiros e os episódios de amor.
A
descrição da natureza física é uma característica clássica. A natureza surge
como objeto de contemplação, como observação das leis da natureza – o saber de
experiência feito.
O herói d’ Os Lusíadas é o povo português (herói
coletivo) e não Vasco da Gama (herói individual) - «Eu canto o peito ilustre
lusitano».
Segundo António José Saraiva “Os
heróis perdem a força e o relevo, em proveito de um destino, ou providência,
noção abstrata com que se justifica transcendentalmente o estado. Tornam-se
agentes involuntários, portadores de prenúncios, e apagam-se como
individualidades.”
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